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sábado, 24 de março de 2012

FIGURAS DE LINGUAGEM


O sentido denotativo é o sentido usual, dicionarizante e literal das palavras; independente do contexto em que a palavra é usada. Ex. Perdi a chave do apartamento (chave = artefato de metal que movimenta a lingüeta das fechaduras). O sentido conotativo ou figurado é o sentido particular, “especial” que a palavra adquire em função de um contexto específico em que ela é usada. Ex: Ana tem a chave do meu coração.

1. Figuras de Palavras ou tropos: este grupo é constituído por figuras que têm sua força expressiva centrada no sentido contextual, ou seja, no sentido que as palavras, expressões e frases adquirem quando participam da constituição dos textos. São elas:

1.1. Comparação: Consiste em estabelecer, por meio de palavras comparativas (como, igual a, tal, tal qual, etc.) uma relação de semelhança entre dois elementos, atribuindo a um deles características presentes no outro. Ex: “Minha dor é inútil, como uma gaiola numa terra onde não há pássaros” (dor inútil se assemelha à gaiola onde não há pássaros, também inútil).

1.2. Metáfora: Emprego de uma palavra ou expressão com um sentido diferente do usual, a partir de uma comparação subentendida entre dois elementos. Ex: “O circo era uma balão aceso, com musica e pasteis na entrada.”

Observe: há três possibilidades de uso da linguagem figurada:

a) “A estradinha era como uma serpente entre as colinas verdes” (comparação).

b) “A estradinha era uma serpente entre as colinas verdes” (metáfora = uso do verbo ser “era” para fazer a metáfora).

c) “A estradinha serpenteava entre as colinas verdes” (metáfora = consiste em deixar implícita, na própria palavra metafórica).

1.3. Metonímia: Substituição (troca) de uma palavra por outra, quando entre ambas existe uma proximidade de sentidos que permite essa troca. Tal substituição realiza-se de inúmeros modos:

a) O continente pelo conteúdo e vice-versa: “Tomamos um cálice de licor” (um cálice = o conteúdo de um cálice).

b) A causa pelo efeito e vice-versa: “Sou alérgico a cigarro" (cigarro = a fumaça).

c) O lugar de origem ou de produção pelo produto: “Comprei uma garrafa do legitimo porto" (porto = vinho da cidade do Porto, em Portugal).

d) O autor pela obra: “Ela aprecia ler Fernando Pessoa” (Fernando Pessoa = a obra de Fernando Pessoa).

e) O abstrato pelo concreto e vice-versa: “Não devemos contar com o seu coração” (coração = sentimento).

f) O Símbolo pela coisa simbolizada: “Não te afaste da cruz” (cruz = cristianismo).

g) A matéria pelo produto e vice-versa: “Lento o bronze soa” (bronze = sino).

h) O inventor pelo invento: “Edson ilumina o mundo” (Edson = a energia).

i) A coisa pelo lugar: “Vou à Prefeitura” (prefeitura = ao edifício da prefeitura).

j) O instrumento pela pessoa que o utiliza: “Ele é um bom garfo” (bom garfo = guloso).

Observe: Na metáfora, estabelece-se uma associação de idéias por meio de uma comparação subentendida (comparação mental = entre dois elementos ou seres ou fatos – ex: “a estrada era uma serpente”). Na metonímia, uma palavra é usada no lugar de outra, por haver entre elas uma proximidade de sentidos.

1.4. Sinédoque (metonímia): Substituição de um termo por outro, havendo ampliação ou redução do sentido usual da palavra. Encontramos sinédoque nos seguintes casos:

a) O todo pela parte e vice-versa: “A cidade inteira viu assombrada, de queixo caído, o pistoleiro sumir de ladrão, fugindo nos cascos de seu cavalo” (a cidade inteira = o povo; cascos = parte das patas do cavalo).

b) O singular pelo plural e vice-versa: “O paulista é tímido” (paulista = todos os paulista).

c) O indivíduo pela espécie (nome próprio pelo nome comum: “Para os artistas ele foi um mecenas” (mecenas = protetor).

1.5. Catacrese: É um tipo especial de metáfora, é uma espécie de metáfora desgastada, em que já não se sente nenhum vestígio de inovação. “folhas de livro; dente de alho; céu da boca; pé da mesa; braço do sofá; leito do rio, etc."

1.6. Sinestesia: Consiste na fusão de sensações diferentes numa mesma expressão. “Olivia era atraente, tinha uns olhos quentes, uma boca vermelha de lábios cheios” (olhos = sensação visual, quentes = sensação tátil – térmica).

1.7. Antonomásia: Ocorre antonomásia quando designamos uma pessoa por uma qualidade, características ou fato que a distingue. ”O rei do futebol viajou para a Europa" (rei do futebol = Pelé).

1.8. Alegoria: Acúmulo de metáforas referindo-se ao mesmo objeto. “A vida é uma ópera, é uma grande ópera. O tenor e o barítono lutam pelo soprano, em presença do baixo e dos comprimários, quando não são o soprano e o contralto que lutam pelo tenor, em presença do mesmo baixo e dos mesmos comprimários. Há coros numerosos, muitos bailados...”
2. Figuras de pensamento: As figuras de pensamento são recursos de linguagem que se referem ao significado das palavras, ao seu aspecto semântico.
2.1. Antítese: Aproximação de palavras ou expressões de sentidos opostos. Ex. Amigos e inimigos estão, amiúdes, em posições trocadas. Uns nos querem mal, e fazem nos bem. Outros nos almejam o bem e nos trazem o mal.

2.2. Apostrofe: Invocação de uma pessoa ou algo, real ou imaginário, que pode estar presente ou ausente. Corresponde ao vocativo na analise sintática e é utilizada para dar ênfase à expressão. Ex. “Deus! Ó Deus! Onde estás, que não respondes?”

2.3. Paradoxo: Ocorre paradoxo não apenas na aproximação de palavras de sentido oposto, mas de ideias que se contradizem. É uma verdade enunciada com aparência de mentira. “O mito é o nada que é tudo.”

2.4. Eufemismo: Uma palavra ou expressão é empregada para atenuar uma verdade tida como penosa, desagradável ou chocante. Ex.”O rapaz saltou da ponte da vida” (= morreu).

2.5. Gradação: Sequência de palavras que intensificam uma mesma idéia. Ex. “ O velho fazendeiro sentia sua influencia minguar. Os fazendeiros vizinhos, os pequenos comerciantes do vilarejo, seus próprios peões, os humildes camponeses da região, ninguém mais tinha por ele o respeito de outros tempos.” (note a carga semântica vai decrescendo: fazendeiros, pequenos comerciantes, peões, humildes camponeses, ninguém).

2.6. Hipérbole: Exagero intencional, com a finalidade de intensificar a expressividade e, assim impressionar o ouvinte ou leitor. Ex.”Rios te correrão dos olhos, se chorares.”

2.7. Ironia: Figura por meio da qual se enuncia algo, mas o contexto permite ao leitor (ou ouvinte) entender o oposto do que se está afirmando. Ex. “Moça linda, bem tratada, três séculos de família, burra como uma porta, um amor.”

2.8. Prosopopeia ou personificação: consiste em atribuir a seres inanimados (sem vida) características humanas ou irracionais. Ex: “Um frio inteligente... percorria o jardim.”

2.9. Perífrase: Torneio de palavras para expressar algum objeto, acidente geográfico, indivíduo ou situação que não se quer nomear. Ex: “Cidade maravilhosa, cheia de encantos mil....” (cidade maravilhosa = Rio de Janeiro).
3. Figuras de sintaxe: As figuras de sintaxe ou de construção dizem respeito a desvios em relação à concordância entre os termos da oração, sal ordem, possíveis repetições ou omissões.

3.1. Assíndeto: Orações ou palavras que deveriam vir ligadas por conjunções coordenativas aparecem justapostas ou separadas por vírgulas. Ex: “fere, mata, derriba denodado...”

3.2. Elipse: Omissão de um termo ou oração que facilmente podemos identificar ou subentender no contexto. Ex: “Veio sem pinturas, em vestido leve, sandálias coloridas” (omissão: ela ou ele).

3.3. Zeugma: Um termo já expresso na frase é suprimido, ficando subentendido sua repetição. Ex: “Foi saqueada a vila, e assassinados os partidários dos Filipes” (supressão = “foram”).

3.4. Anáfora: Repetição intencional de palavras, no início de um período, frase ou verso. Ex: “Grande no pensamento, grande na ação, grande na glória, grande no infortúnio, ele morreu desconhecido e só”.

3.5. Pleonasmo: Repetição da mesma idéia, isto é, redundância de significado. Ex: “Morrerás morte vil na mão de um forte.”

3.6. Polissíndeto: Repetição enfática de uma conjunção coordenativa mais vezes do que exige a norma gramatical (geralmente a conjunção “e”). Ex. “E saber, e crescer, e ser, e haver, e perder, e sofrer, e ter horror.”

3.7. Anástrofe: Simples inversão de palavras vizinhas (determinante x determinado). Ex. “Tão leve estou que já nem sombra tenho.” (tão leve estou = estou tão leve).

3.8. Hipérbato: Inversão complexa de membros da frase. Ex. “Passeiam, à tarde, as belas na Avenida.”(= as belas passeiam na avenida á tarde).

3.9. Anacoluto: Interrupção do plano sintático com que se inicia a frase, alternando-lhe a sequência lógica. A construção do período deixa um ou mais termos desprendidos dos demais e sem função sintática definida. Ex. “Essas empregadas de hoje, não se pode confiar nelas.”

3.10. Silepse: a concordância não é feita com as palavras, mas com a ideia a elas associada. Temos:

a) Silepse de gênero: Discordância entre os gêneros gramaticais (feminino e masculino). Ex. “V. Exª. parece magoado” (V. Exª = magoada).

b) Silepse de número: Discordância envolvendo o número gramatical (singular e plural). Ex: “Corria gente de todos lados, e gritavam.”

c) Silepse de pessoa: Discordância entre o sujeito expresso e a pessoa verbal. Ex: “Os brasileiros somos responsáveis pelo meio ambiente.”

4. Figuras de som: chamam-se figuras de som ou de harmonia os efeitos produzidos na linguagem quando há repetição de sons, ou ainda quando se procura “imitar” sons produzidos por coisas ou seres.

4.1. Aliteração: Repetição da mesma consoante ou de consoantes similares, geralmente em posição inicial da palavra. Ex: “Toda gente homenageia Januária na janela”(som do Ge/ já).

4.2. Assonância: Repetição da mesma vogal ao longo de um verso ou poema. Ex. “ A ponte aponta/ e se desaponta./ A tontinha tenta/ limpar a tinta/ ponto por ponto/ pinta por pinta...”(repetição da vogal “o”, “i”).

4.3. Paronomásia: Reprodução de sons semelhante sem palavras de significações diversas. Ex: “Que a morte apressada seja tributo do entendimento, e a vida larga atributo da ignorância.”

4.4. Onomatopeia: Uma palavra ou conjunto de palavras imita um ruído ou som. Ex. “Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-, eterno.”


domingo, 18 de março de 2012

OS 100 ERROS MAIS FREQUENTES NAS REDAÇÕES

1. "Mal cheiro", "mau-humorado". Mal opõe-se a bem e mau, a bom. Assim: mau cheiro (bom cheiro), mal-humorado (bem-humorado). Igualmente: mau humor, mal-intencionado, mau jeito, mal-estar.


2. "Fazem" cinco anos. Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos. / Fazia dois séculos. / Fez 15 dias.

3. "Houveram" muitos acidentes. Haver, como existir, também é invariável: Houve muitos acidentes. / Havia muitas pessoas. / Deve haver muitos casos iguais.

4. "Existe" muitas esperanças. Existir, bastar, faltar, restar e sobrar admitem normalmente o plural: Existem muitas esperanças. / Bastariam dois dias. / Faltavam poucas peças. / Restaram alguns objetos. / Sobravam idéias.

5. Para "mim" fazer. Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu fazer, para eu dizer, para eu trazer.

6. Entre "eu" e você. Depois de preposição, usa-se mim ou ti: Entre mim e você. / Entre eles e ti.

7. "Há" dez anos "atrás". Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas há dez anos ou dez anos atrás.

8. "Entrar dentro". O certo: entrar em. Veja outras redundâncias: Sair fora ou para fora, elo de ligação, monopólio exclusivo, já não há mais, ganhar grátis, viúva do falecido.

9. "Venda à prazo". Não existe crase antes de palavra masculina, a menos que esteja subentendida a palavra moda: Salto à (moda de) Luís XV. Nos demais casos: A salvo, a bordo, a pé, a esmo, a cavalo, a caráter.

10. "Porque" você foi? Sempre que estiver clara ou implícita a palavra razão, use por que separado: Por que (razão) você foi? / Não sei por que (razão) ele faltou. / Explique por que razão você se atrasou. Porque é usado nas respostas: Ele se atrasou porque o trânsito estava congestionado.

11. Vai assistir "o" jogo hoje. Assistir como presenciar exige a: Vai assistir ao jogo, à missa, à sessão. Outros verbos com a: A medida não agradou (desagradou) à população. / Eles obedeceram (desobedeceram) aos avisos. / Aspirava ao cargo de diretor. / Pagou ao amigo. / Respondeu à carta. / Sucedeu ao pai. / Visava aos estudantes.

12. Preferia ir "do que" ficar. Prefere-se sempre uma coisa a outra: Preferia ir a ficar. É preferível segue a mesma norma: É preferível lutar a morrer sem glória.

13. O resultado do jogo, não o abateu. Não se separa com vírgula o sujeito do predicado. Assim: O resultado do jogo não o abateu. Outro erro: O prefeito prometeu, novas denúncias. Não existe o sinal entre o predicado e o complemento: O prefeito prometeu novas denúncias.

14. Não há regra sem "excessão". O certo é exceção. Veja outras grafias erradas e, entre parênteses, a forma correta: "paralizar" (paralisar), "beneficiente" (beneficente), "xuxu" (chuchu), "previlégio" (privilégio), "vultuoso" (vultoso), "cincoenta" (cinqüenta), "zuar" (zoar), "frustado" (frustrado), "calcáreo" (calcário), "advinhar" (adivinhar), "benvindo" (bem-vindo), "ascenção" (ascensão), "pixar" (pichar), "impecilho" (empecilho), "envólucro" (invólucro).

15. Quebrou "o" óculos. Concordância no plural: os óculos, meus óculos. Da mesma forma: Meus parabéns, meus pêsames, seus ciúmes, nossas férias, felizes núpcias.

16. Comprei "ele" para você. Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto direto. Assim: Comprei-o para você. Também: Deixe-os sair, mandou-nos entrar, viu-a, mandou-me.

17. Nunca "lhe" vi. Lhe substitui a ele, a eles, a você e a vocês e por isso não pode ser usado com objeto direto: Nunca o vi. / Não o convidei. / A mulher o deixou. / Ela o ama.

18. "Aluga-se" casas. O verbo concorda com o sujeito: Alugam-se casas. / Fazem-se consertos. / É assim que se evitam acidentes. / Compram-se terrenos. / Procuram-se empregados.

19. "Tratam-se" de. O verbo seguido de preposição não varia nesses casos: Trata-se dos melhores profissionais. / Precisa-se de empregados. / Apela-se para todos. / Conta-se com os amigos.

20. Chegou "em" São Paulo. Verbos de movimento exigem a, e não em: Chegou a São Paulo. / Vai amanhã ao cinema. / Levou os filhos ao circo.

21. Atraso implicará "em" punição. Implicar é direto no sentido de acarretar, pressupor: Atraso implicará punição. / Promoção implica responsabilidade.

22. Vive "às custas" do pai. O certo: Vive à custa do pai. Use também em via de, e não "em vias de": Espécie em via de extinção. / Trabalho em via de conclusão.

23. Todos somos "cidadões". O plural de cidadão é cidadãos. Veja outros: caracteres (de caráter), juniores, seniores, escrivães, tabeliães, gângsteres.

24. O ingresso é "gratuíto". A pronúncia correta é gratúito, assim como circúito, intúito e fortúito (o acento não existe e só indica a letra tônica). Da mesma forma: flúido, condôr, recórde, aváro, ibéro, pólipo.

25. A última "seção" de cinema. Seção significa divisão, repartição, e sessão equivale a tempo de uma reunião, função: Seção Eleitoral, Seção de Esportes, seção de brinquedos; sessão de cinema, sessão de pancadas, sessão do Congresso.

26. Vendeu "uma" grama de ouro. Grama, peso, é palavra masculina: um grama de ouro, vitamina C de dois gramas. Femininas, por exemplo, são a agravante, a atenuante, a alface, a cal, etc.

27. "Porisso". Duas palavras, por isso, como de repente e a partir de.

28. Não viu "qualquer" risco. É nenhum, e não "qualquer", que se emprega depois de negativas: Não viu nenhum risco. / Ninguém lhe fez nenhum reparo. / Nunca promoveu nenhuma confusão.

29. A feira "inicia" amanhã. Alguma coisa se inicia, se inaugura: A feira inicia-se (inaugura-se) amanhã.

30. Soube que os homens "feriram-se". O que atrai o pronome: Soube que os homens se feriram. / A festa que se realizou... O mesmo ocorre com as negativas, as conjunções subordinativas e os advérbios: Não lhe diga nada. / Nenhum dos presentes se pronunciou. / Quando se falava no assunto... / Como as pessoas lhe haviam dito... / Aqui se faz, aqui se paga. / Depois o procuro.

31. O peixe tem muito "espinho". Peixe tem espinha. Veja outras confusões desse tipo: O "fuzil" (fusível) queimou. / Casa "germinada" (geminada), "ciclo" (círculo) vicioso, "cabeçário" (cabeçalho).

32. Não sabiam "aonde" ele estava. O certo: Não sabiam onde ele estava. Aonde se usa com verbos de movimento, apenas: Não sei aonde ele quer chegar. / Aonde vamos?

33. "Obrigado", disse a moça. Obrigado concorda com a pessoa: "Obrigada", disse a moça. / Obrigado pela atenção. / Muito obrigados por tudo.

34. O governo "interviu". Intervir conjuga-se como vir. Assim: O governo interveio. Da mesma forma: intervinha, intervim, interviemos, intervieram. Outros verbos derivados: entretinha, mantivesse, reteve, pressupusesse, predisse, conviesse, perfizera, entrevimos, condisser, etc.

35. Ela era "meia" louca. Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio esperta, meio amiga.

36. "Fica" você comigo. Fica é imperativo do pronome tu. Para a 3.ª pessoa, o certo é fique: Fique você comigo. / Venha pra Caixa você também. / Chegue aqui.

37. A questão não tem nada "haver" com você. A questão, na verdade, não tem nada a ver ou nada que ver. Da mesma forma: Tem tudo a ver com você.

38. A corrida custa 5 "real". A moeda tem plural, e regular: A corrida custa 5 reais.

39. Vou "emprestar" dele. Emprestar é ceder, e não tomar por empréstimo: Vou pegar o livro emprestado. Ou: Vou emprestar o livro (ceder) ao meu irmão. Repare nesta concordância: Pediu emprestadas duas malas.

40. Foi "taxado" de ladrão. Tachar é que significa acusar de: Foi tachado de ladrão. / Foi tachado de leviano.

41. Ele foi um dos que "chegou" antes. Um dos que faz a concordância no plural: Ele foi um dos que chegaram antes (dos que chegaram antes, ele foi um). / Era um dos que sempre vibravam com a vitória.

42. "Cerca de 18" pessoas o saudaram. Cerca de indica arredondamento e não pode aparecer com números exatos: Cerca de 20 pessoas o saudaram.

43. Ministro nega que "é" negligente. Negar que introduz subjuntivo, assim como embora e talvez: Ministro nega que seja negligente. / O jogador negou que tivesse cometido a falta. / Ele talvez o convide para a festa. / Embora tente negar, vai deixar a empresa.

44. Tinha "chego" atrasado. "Chego" não existe. O certo: Tinha chegado atrasado.

45. Tons "pastéis" predominam. Nome de cor, quando expresso por substantivo, não varia: Tons pastel, blusas rosa, gravatas cinza, camisas creme. No caso de adjetivo, o plural é o normal: Ternos azuis, canetas pretas, fitas amarelas.

46. Lute pelo "meio-ambiente". Meio ambiente não tem hífen, nem hora extra, ponto de vista, mala direta, pronta entrega, etc. O sinal aparece, porém, em mão-de-obra, matéria-prima, infra-estrutura, primeira-dama, vale-refeição, meio-de-campo, etc.

47. Queria namorar "com" o colega. O com não existe: Queria namorar o colega.

48. O processo deu entrada "junto ao" STF. Processo dá entrada no STF. Igualmente: O jogador foi contratado do (e não "junto ao") Guarani. / Cresceu muito o prestígio do jornal entre os (e não "junto aos") leitores. / Era grande a sua dívida com o (e não "junto ao") banco. / A reclamação foi apresentada ao (e não "junto ao") Procon.

49. As pessoas "esperavam-o". Quando o verbo termina em m, ão ou õe, os pronomes o, a, os e as tomam a forma no, na, nos e nas: As pessoas esperavam-no. / Dão-nos, convidam-na, põe-nos, impõem-nos.

50. Vocês "fariam-lhe" um favor? Não se usa pronome átono (me, te, se, lhe, nos, vos, lhes) depois de futuro do presente, futuro do pretérito (antigo condicional) ou particípio. Assim: Vocês lhe fariam (ou far-lhe-iam) um favor? / Ele se imporá pelos conhecimentos (e nunca "imporá-se"). / Os amigos nos darão (e não "darão-nos") um presente. / Tendo-me formado (e nunca tendo "formado-me").

51. Chegou "a" duas horas e partirá daqui "há" cinco minutos. Há indica passado e equivale a faz, enquanto a exprime distância ou tempo futuro (não pode ser substituído por faz): Chegou há (faz) duas horas e partirá daqui a (tempo futuro) cinco minutos. / O atirador estava a (distância) pouco menos de 12 metros. / Ele partiu há (faz) pouco menos de dez dias.

52. Blusa "em" seda. Usa-se de, e não em, para definir o material de que alguma coisa é feita: Blusa de seda, casa de alvenaria, medalha de prata, estátua de madeira.

53. A artista "deu à luz a" gêmeos. A expressão é dar à luz, apenas: A artista deu à luz quíntuplos. Também é errado dizer: Deu "a luz a" gêmeos.

54. Estávamos "em" quatro à mesa. O em não existe: Estávamos quatro à mesa. / Éramos seis. / Ficamos cinco na sala.

55. Sentou "na" mesa para comer. Sentar-se (ou sentar) em é sentar-se em cima de. Veja o certo: Sentou-se à mesa para comer. / Sentou ao piano, à máquina, ao computador.

56. Ficou contente "por causa que" ninguém se feriu. Embora popular, a locução não existe. Use porque: Ficou contente porque ninguém se feriu.

57. O time empatou "em" 2 a 2. A preposição é por: O time empatou por 2 a 2. Repare que ele ganha por e perde por. Da mesma forma: empate por.

58. À medida "em" que a epidemia se espalhava... O certo é: À medida que a epidemia se espalhava... Existe ainda na medida em que (tendo em vista que): É preciso cumprir as leis, na medida em que elas existem.

59. Não queria que "receiassem" a sua companhia. O i não existe: Não queria que receassem a sua companhia. Da mesma forma: passeemos, enfearam, ceaste, receeis (só existe i quando o acento cai no e que precede a terminação ear: receiem, passeias, enfeiam).

60. Eles "tem" razão. No plural, têm é assim, com acento. Tem é a forma do singular. O mesmo ocorre com vem e vêm e põe e põem: Ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele põe, eles põem.

61. A moça estava ali "há" muito tempo. Haver concorda com estava. Portanto: A moça estava ali havia (fazia) muito tempo. / Ele doara sangue ao filho havia (fazia) poucos meses. / Estava sem dormir havia (fazia) três meses. (O havia se impõe quando o verbo está no imperfeito e no mais-que-perfeito do indicativo.)

62. Não "se o" diz. É errado juntar o se com os pronomes o, a, os e as. Assim, nunca use: Fazendo-se-os, não se o diz (não se diz isso), vê-se-a, etc.

63. Acordos "políticos-partidários". Nos adjetivos compostos, só o último elemento varia: acordos político-partidários. Outros exemplos: Bandeiras verde-amarelas, medidas econômico-financeiras, partidos social-democratas.

64. Fique "tranquilo". O u pronunciável depois de q e g e antes de e e i exige trema: Tranqüilo, conseqüência, lingüiça, agüentar, Birigüi.

65. Andou por "todo" país. Todo o (ou a) é que significa inteiro: Andou por todo o país (pelo país inteiro). / Toda a tripulação (a tripulação inteira) foi demitida. Sem o, todo quer dizer cada, qualquer: Todo homem (cada homem) é mortal. / Toda nação (qualquer nação) tem inimigos.

66. "Todos" amigos o elogiavam. No plural, todos exige os: Todos os amigos o elogiavam. / Era difícil apontar todas as contradições do texto.

67. Favoreceu "ao" time da casa. Favorecer, nesse sentido, rejeita a: Favoreceu o time da casa. / A decisão favoreceu os jogadores.

68. Ela "mesmo" arrumou a sala. Mesmo, quanto equivale a próprio, é variável: Ela mesma (própria) arrumou a sala. / As vítimas mesmas recorreram à polícia.

69. Chamei-o e "o mesmo" não atendeu. Não se pode empregar o mesmo no lugar de pronome ou substantivo: Chamei-o e ele não atendeu. / Os funcionários públicos reuniram-se hoje: amanhã o país conhecerá a decisão dos servidores (e não "dos mesmos").

70. Vou sair "essa" noite. É este que desiga o tempo no qual se está ou objeto próximo: Esta noite, esta semana (a semana em que se está), este dia, este jornal (o jornal que estou lendo), este século (o século 20).

71. A temperatura chegou a 0 "graus". Zero indica singular sempre: Zero grau, zero-quilômetro, zero hora.

72. A promoção veio "de encontro aos" seus desejos. Ao encontro de é que expressa ma situação favorável: A promoção veio ao encontro dos seus desejos. De encontro a significa condição contrária: A queda do nível dos salários foi de encontro às (foi contra) expectativas da categoria.

73. Comeu frango "ao invés de" peixe. Em vez de indica substituição: Comeu frango em vez de peixe. Ao invés de significa apenas ao contrário: Ao invés de entrar, saiu.

74. Se eu "ver" você por aí... O certo é: Se eu vir, revir, previr. Da mesma forma: Se eu vier (de vir), convier; se eu tiver (de ter), mantiver; se ele puser (de pôr), impuser; se ele fizer (de fazer), desfizer; se nós dissermos (de dizer), predissermos.

75. Ele "intermedia" a negociação. Mediar e intermediar conjugam-se como odiar: Ele intermedeia (ou medeia) a negociação. Remediar, ansiar e incendiar também seguem essa norma: Remedeiam, que eles anseiem, incendeio.

76. Ninguém se "adequa". Não existem as formas "adequa", "adeqüe", etc., mas apenas aquelas em que o acento cai no a ou o: adequaram, adequou, adequasse, etc.

77. Evite que a bomba "expluda". Explodir só tem as pessoas em que depois do d vêm e e i: Explode, explodiram, etc. Portanto, não escreva nem fale "exploda" ou "expluda", substituindo essas formas por rebente, por exemplo. Precaver-se também não se conjuga em todas as pessoas. Assim, não existem as formas "precavejo", "precavês", "precavém", "precavenho", "precavenha", "precaveja", etc.

78. Governo "reavê" confiança. Equivalente: Governo recupera confiança. Reaver segue haver, mas apenas nos casos em que este tem a letra v: Reavemos, reouve, reaverá, reouvesse. Por isso, não existem "reavejo", "reavê", etc.

79. Disse o que "quiz". Não existe z, mas apenas s, nas pessoas de querer e pôr: Quis, quisesse, quiseram, quiséssemos; pôs, pus, pusesse, puseram, puséssemos.

80. O homem "possue" muitos bens. O certo: O homem possui muitos bens. Verbos em uir só têm a terminação ui: Inclui, atribui, polui. Verbos em uar é que admitem ue: Continue, recue, atue, atenue.

81. A tese "onde"... Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora. / Veja o jardim onde as crianças brincam. Nos demais casos, use em que: A tese em que ele defende essa idéia. / O livro em que... / A faixa em que ele canta... / Na entrevista em que...

82. Já "foi comunicado" da decisão. Uma decisão é comunicada, mas ninguém "é comunicado" de alguma coisa. Assim: Já foi informado (cientificado, avisado) da decisão. Outra forma errada: A diretoria "comunicou" os empregados da decisão. Opções corretas: A diretoria comunicou a decisão aos empregados. / A decisão foi comunicada aos empregados.

83. Venha "por" a roupa. Pôr, verbo, tem acento diferencial: Venha pôr a roupa. O mesmo ocorre com pôde (passado): Não pôde vir. Veja outros: fôrma, pêlo e pêlos (cabelo, cabelos), pára (verbo parar), péla (bola ou verbo pelar), pélo (verbo pelar), pólo e pólos. Perderam o sinal, no entanto: Ele, toda, ovo, selo, almoço, etc.

84. "Inflingiu" o regulamento. Infringir é que significa transgredir: Infringiu o regulamento. Infligir (e não "inflingir") significa impor: Infligiu séria punição ao réu.

85. A modelo "pousou" o dia todo. Modelo posa (de pose). Quem pousa é ave, avião, viajante, etc. Não confunda também iminente (prestes a acontecer) com eminente (ilustre). Nem tráfico (contrabando) com tráfego (trânsito).

86. Espero que "viagem" hoje. Viagem, com g, é o substantivo: Minha viagem. A forma verbal é viajem (de viajar): Espero que viajem hoje. Evite também "comprimentar" alguém: de cumprimento (saudação), só pode resultar cumprimentar. Comprimento é extensão. Igualmente: Comprido (extenso) e cumprido (concretizado).

87. O pai "sequer" foi avisado. Sequer deve ser usado com negativa: O pai nem sequer foi avisado. / Não disse sequer o que pretendia. / Partiu sem sequer nos avisar.

88. Comprou uma TV "a cores". Veja o correto: Comprou uma TV em cores (não se diz TV "a" preto e branco). Da mesma forma: Transmissão em cores, desenho em cores.

89. "Causou-me" estranheza as palavras. Use o certo: Causaram-me estranheza as palavras. Cuidado, pois é comum o erro de concordância quando o verbo está antes do sujeito. Veja outro exemplo: Foram iniciadas esta noite as obras (e não "foi iniciado" esta noite as obras).

90. A realidade das pessoas "podem" mudar. Cuidado: palavra próxima ao verbo não deve influir na concordância. Por isso : A realidade das pessoas pode mudar. / A troca de agressões entre os funcionários foi punida (e não "foram punidas").

91. O fato passou "desapercebido". Na verdade, o fato passou despercebido, não foi notado. Desapercebido significa desprevenido.

92. "Haja visto" seu empenho... A expressão é haja vista e não varia: Haja vista seu empenho. / Haja vista seus esforços. / Haja vista suas críticas.

93. A moça "que ele gosta". Como se gosta de, o certo é: A moça de que ele gosta. Igualmente: O dinheiro de que dispõe, o filme a que assistiu (e não que assistiu), a prova de que participou, o amigo a que se referiu, etc.

94. É hora "dele" chegar. Não se deve fazer a contração da preposição com artigo ou pronome, nos casos seguidos de infinitivo: É hora de ele chegar. / Apesar de o amigo tê-lo convidado... / Depois de esses fatos terem ocorrido...

95. Vou "consigo". Consigo só tem valor reflexivo (pensou consigo mesmo) e não pode substituir com você, com o senhor. Portanto: Vou com você, vou com o senhor. Igualmente: Isto é para o senhor (e não "para si").

96. Já "é" 8 horas. Horas e as demais palavras que definem tempo variam: Já são 8 horas. / Já é (e não "são") 1 hora, já é meio-dia, já é meia-noite.

97. A festa começa às 8 "hrs.". As abreviaturas do sistema métrico decimal não têm plural nem ponto. Assim: 8 h, 2 km (e não "kms."), 5 m, 10 kg.

98. "Dado" os índices das pesquisas... A concordância é normal: Dados os índices das pesquisas... / Dado o resultado... / Dadas as suas idéias...

99. Ficou "sobre" a mira do assaltante. Sob é que significa debaixo de: Ficou sob a mira do assaltante. / Escondeu-se sob a cama. Sobre equivale a em cima de ou a respeito de: Estava sobre o telhado. / Falou sobre a inflação. E lembre-se: O animal ou o piano têm cauda e o doce, calda. Da mesma forma, alguém traz alguma coisa e alguém vai para trás.

100. "Ao meu ver". Não existe artigo nessas expressões: A meu ver, a seu ver, a nosso ver...



quinta-feira, 5 de março de 2009

Novas Regras Ortográficas

Decreto 6583
Entrou em vigor, desde o dia 1º de janeiro de 2009, as novas regras ortográficas da língua portuguesa. Conforme o decreto 6583, o novo acordo obedecerá o período de transição de 1º de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2012, tempo em que coexistirão a norma ortográfica antiga e a nova norma estabelecida.
As mudanças ocorridas devem atingir todos os países que têm como idioma oficial o português.
Em nosso país, somente 0,45% das palavras usadas pelos brasileiros terão a escrita alterada e em Portugal calcula-se que 1,6% do vocabulário sofrerá modificações.
Não se esqueça...
A ortografia é uma convenção social e sua finalidade é ajudar a comunicação escrita entre as pessoas.
O Brasil é um dos oito países (Portugal, Angola, Moçambique, Guiné Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor Leste) que tem a língua portuguesa como oficial. Atualmente há duas ortografias em vigor, uma em Portugal e outra no Brasil. Isso dificulta as relações internacionais, pois sempre que se redige um documeno de caráter internacional que envolve os dois países, ele é escrito em duas versões: uma no "português europeu" e outra no "português brasileiro", como se fossem duas línguas distintas. Como consequência, a língua portuguesa não pode ascender à condição de língua oficial de nenhum organismo internacional.
A intenção do acordo, portanto, é facilitar o processo de intercâmbio cultural e científico entre as nações e ampliar a divulgação do idioma e da literatura em língua portuguesa.
O que muda com as novas regras?
Alfabeto
O alfabeto brasileiro passa a ter 26 letras, em vez de 23.Foram incluídas k, w e y, usadas principalmente em siglas e palavras originárias de outras línguas.Exemplos:Franklyn, Darwin, darwinismo, Kuwait, kuwaitiano, km (para quilômetro), kg (para quilograma), kW, (para kilowatt). Trema
O trema foi abolido de todas as palavras da língua portuguesa. Essa marcação servia, originalmente, para destacar a pronúncia do u nas combinações que, qui, gue e gui.A partir de agora, portanto, escreve-se aguentar, alcaguetar, ambiguidade, bilíngue, cinquenta, consequência, eloquente, enxágue, equestre, frequentar, linguiça, linguística, pinguim, sequestro, tranquilo, ubiquidade, etc.Porém, o trema é mantido em nomes próprios estrangeiros e suas derivações, como Bündchen, Schönberg, Müller e mülleriano, por exemplo. antes
cinqüenta
tranquilo
agora
cinquenta
tranquilo Ditongo aberto
Ditongo é o encontro de duas vogais pronunciadas em uma só sílaba.O acento agudo foi eliminado nos ditongos abertos das palavras paroxítonas, como alcaloide, assembleia, boleia, epopeia, ideia, jiboia, paleozoico, paranoia, onomatopeia.As palavras oxítonas terminadas em éi, éu e ói continuam acentuadas: chapéu, herói, corrói, remói, céu, véu, lençóis, anéis, fiéis, papéis, Ilhéus. antes
idéia
heróico
jibóia
agora ideia
heroico
jiboia Hiato
Os hiatos são sequências de vogais que pertencem a sílabas diferentes.Foram eliminados os acentos circunflexos nos hiatos dos seguintes casos:oo – enjoo, perdoo, magoo, voo, abençoo;ee – creem, deem, leem, releem, veem, preveemO acento circunflexo continua valendo para sinalizar o plural dos verbos ter e vir e seus derivados: eles têm, eles vêm, eles retêm, eles intervêm.
antes
vôo
enjôo
vêem
lêem
agora leem
enjoo
veem
leem U tônico, I e U tônicos
U tônico. A letra u não será mais acentuada nas sílabas que, qui, gue, gui dos verbos como arguir, redarguir, apaziguar, averiguar, obliquar. Assim, temos apazigue (em vez de apazigúe), argui (em vez de ele argúi), averigue, oblique. Pode-se também acentuar desta forma esses verbos: ele apazígue, averígue, oblíque.
I e U tônicos. As palavras paroxítonas que têm i ou u tônicos precedidos por ditongos não serão mais acentuadas. Desta forma, agora escreve-se feiura, baiuca, boiuno, cauila.Essa regra não vale quando se trata de palavras oxítonas; nesses casos, o acento permanece. Assim, continua correto Piauí, teiús, tuiuiú.
antes
averigúe
argúi
feíura
tuiúca
agora
averigue
argui
feiura
tuiuca
O uso do hífen
1- O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos terminados em vogal + palavras iniciadas por "r" ou "s", sendo que essas devem ser dobradas.
Como era
ante-sala, auto-retrato, anti-social, anti-rugas, contra-senso, infra-som, ultra-sonografia
Como deve ser
antessala, autorretrato, antissocial, antirrugas, contrassenco, infrassom, ultrassonografia
Obs: em prefixos terminados em "r", permanece o hífen se a palavras seguinte for iniciada por por "r" ou "h". Ex: hiper-realista, inter-racial, super-homem.
2- O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos terminados em vogal + palavras iniciadas por outra vogal.
Como era
auto-afirmação, auto-ajuda, auto-escola, extra-oficial, contra-indicação.
Como deve ser
autoafirmação, autoajuda, autoescola, extraoficial, contraindicação.
Obs: essa regra não se encaixa quando a palavra seguinte iniciar por h: anti-herói, anti-higiênico, extra-humano, etc.
3- Agora utiliza-se hífen quando a palavra é formada por um prefixo terminado em vogal + palavra iniciada pela mesma vogal.
Como era
antiibérico, antiinflamatório, microondas, microorgânico
Como deve ser
anti-ibérico, anti-inflamatório, micro-ondas, micro-orgânico
Obs: uma exceção é o prefixo "co". Mesmo se a outra palavra iniciar com a vogal "o", não se utiliza hífen.
Dica importante: diante de palavras que se iniciam com h, sempre se utiliza hífen.

SONETOS DE CRUZ E SOUSA

Cruz e Sousa  foi o  principal nome do Simbolismo brasileiro , nasceu em 24 de novembro de 1861. Filho de escravos alforriados, teve acesso ...