segunda-feira, 29 de junho de 2009

Você notou?

E TUDO MUDOU... rouge virou blush, O pó-de-arroz virou pó-compacto, O brilho virou gloss, O rímel virou máscara incolor; A Lycra virou stretch, Anabela virou plataforma; O corpete virou porta-seios ... Que virou sutiã ... Que virou lib ... Que virou silicone! A peruca virou aplique ... interlace ... Megahair ... Alongamento! A escova virou chapinha,' Problemas de moça' viraram TPM; Confete virou MM; A crise de nervos virou estresse, A chita virou viscose, A purpurina virou gliter, A brilhantina virou mousse... Os halteres viraram bomba, A ergométrica virou spinning, A tanga virou fio dental.... ...E o fio dental virou anti-séptico bucal Ninguém mais vê: Ping-Pong porque virou Bubaloo, O à-la-carte porque virou self-service, A tristeza agora é depressão, O espaguete virou Miojo pronto, A paquera virou pegação, A gafieira virou dança de salão, O que era praça virou shopping, A areia virou ringue, A caneta virou teclado, O LP virou CD, A fita de vídeo é DVD, O CD já é MP3, É um filho onde eram seis, O álbum de fotos agora é mostrado por e-mail, O namoro agora é virtual, A cantada virou torpedo, E do 'não' não se tem medo, O break virou street, O samba, pagode O carnaval de rua virou Sapucaí, O folclore brasileiro, halloween O piano agora é teclado, também... O forró de sanfona ficou eletrônico, Fortificante não é mais Biotônico, Polícia e ladrão virou counter strike, Folhetins são novelas de TV, Fauna e flora a desaparecer, Lobato virou Paulo Coelho, Caetano virou um pentelho, Baby se converteu, RPM desapareceu, Elis ressuscitou em Maria Rita Gal virou fênix, Raul e Renato, Cássia e Cazuza, Lennon e Elvis, Todos anjos Agora só tocam lira... AAIDS virou gripe, A bala antes encontrada agora é perdida, A violência está maldita! A maconha é calmante, O professor é agora o facilitador, As lições já não importam mais, A guerra superou a paz, E a sociedade ficou incapaz... ...De tudo. ...Inclusive de notar essas diferenças. ( Luiz Fernando Veríssimo)

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Revista Bioevolution


No dia 17 de junho de 2009, a turma de Licenciatura Plena em Biologia - módulo I - apresentou no IFET, campus Floriano, a revista Bioevolution como produto final do seminário sobre Gêneros Textuais e como componente curricular da disciplina Atividades Lingüísticas.
A revista conta com notícias, crônicas, textos dissertativos, narrativos e descritivos, charge e editorial. Todos os gêneros se reportam a conteúdos ligados à Biologia, fazendo, dessa forma, intertextualidade com a área de atuação dos futuros professores/as biólogos/as.
Após a apresentação, comemoramos o encerramento das aulas com um delicioso coquetel.




Luciana Neiva

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Morte no Avião

Acordo para a morte. Barbeio-me, visto-me, calço-me. É meu último dia: um dia cortado de nenhum pressentimento. Tudo funciona como sempre. Saio para a rua. Vou morrer. Não morrerei agora. Um dia inteiro se desata à minha frente. Um dia como é longo. Quantos passos na rua, que atravesso. E quantas coisas no tempo, acumuladas. Sem reparar, sigo meu caminho. Muitas faces comprimem-se no caderno de notas. Visito o banco. Para que esse dinheiro azul se algumas horas mais, vem a polícia retirá-lo do que foi meu peito e está aberto? Mas não me vejo cortado e ensangüentado. Estou limpo, claro, nítido, estival. Não obstante caminho para a morte. Passo nos escritórios. Nos espelhos, nas mãos que apertam, nos olhos míopes, nas bocas que sorriem ou simplesmente falam eu desfilo. Não me despeço, de nada sei, não temo: a morte dissimula seu bafo e sua tática. Almoço. Para quê? Almoço um peixe em outro e creme. É meu último peixe em meu último garfo. A boca distingue, escolhe, julga, absorve. Passa música no doce, um arrepio de violino ou vento, não sei. Não é a morte. É o sol. Os bondes cheios. O trabalho. Estou na cidade grande e sou um homem na engrenagem. Tenho pressa. Vou morrer. Peço passagem aos lentos. Não olho os cafés que retinem xícaras e anedotas, como não olho o muro de velho hospital em sombra. Nem os cartazes. Tenho pressa. Compro um jornal. É pressa, embora vá morrer. O dia na sua metade já rota não me avisa que começo também a acabar. Estou cansado. Queria dormir, mas os preparativos. O telefone. A fatura. A carta. Faço mil coisas que criarão outras mil, aqui, além, nos Estados Unidos. Comprometo-me ao extremo, combino encontros a que nunca irei, prununcio palavras vãs, minto dizendo: até amanhã. Pois não haverá. Declino a tarde, minha cabeça dói, defendo-me, a mão estende um comprimido: a água afoga a menos que dor, a mosca, o zumbido... Disso não morrerei: a morte engana, como um jogador de futebol a morte engana, como os caixeiros escolhe meticulosa, entre doenças e desastres. Ainda não é a morte, é a sombra sobre edifícios fatigados, pausa entre duas corridas. Desfale o comércio de atacado, vão repousar os engenheiros, os funcionários, os pedreiros. Mas continuam vigilantes os motoristas, os garçons, mil outras profissões noturnas. A cidade muda de mão, num golpe. Volto à casa. De novo me limpo. Que os cabelos se apresentem ordenados e as unhas não lembrem a antiga criança rebelde. A roupa sem pó. A mala sintética. Fecho meu quarto. Fecho minha vida. O elevador me fecha. Estou sereno. Pela última vez miro a cidade. Ainda posso decidir, adiar a morte, não tomar esse carro. Não seguir para. Posso voltar, dizer: amigos, esqueci um papel, não há viagem, ir ao cassino, ler um livro. Mas tomo o carro. Indico o lugar onde algo espera. O campo. Refletores. Passo entre mármores, vidro, aço cromado. Subo uma escada. Curvo-me. Penetro no interior da morte. A morte dispôs poltronas para o conforto da espera. Aqui se encontram os que vão morrer e não sabem. Jornais, café, chicletes, algodão para o ouvido, pequenos serviços cercam de delicadeza nossos corpos amarrados. Vamos morrer, já não é apenas meu fim particular e limitado, somos vinte a ser destruídos, morreremos vinte,vinte nos espatifaremos, é agora. Ou quase. Primeiro a morte particular, restrita, silenciosa, do indivíduo. Morro secretamente e sem dor, para viver apenas como pedaço de vinte, e me incorporo todos os pedaçosdos que igualmente vão parecendo calados. Somos um em vinte, ramalhete dos sopros robustos prestes a desfazer-se. E pairamos, frigidamente pairamos sobre os negócios e os amores da região. Ruas de brinquedo se desmancham, luzes se abafam; apenas colchão de nuvens, morres se dissolvem, apenas um tubo de frio roça meus ouvidos, um tubo que se obtura: e dentro da caixa iluminada e tépida vivemos em conforto e solidão e calma e nada. Vivo meu instante final e é como se vivesse há muitos anos antes e depois de hoje, uma contínua vida irrefrável, onde não houvesse pausas, sonos, tão macia na noite é esta máquina e tão facilmente ela corta blocos cade vaz maiores de ar. Sou vinte na máquina que suavemente respira, entre placas estelares e remotos sopros de terra, sinto-me natural a milhares de metro de altura, nem ave nem mito, guardo consciência de meus poderes, e sem mistificação eu vôo, sou um corpo voante e conservo bolsos, relógios, unhas, ligado à terra pela memória e pelo costume dos músculos, carne em breve explodindo. Ó brancura, serenidade sob a violência da morte sem aviso prévio, cautelosa, não obstante irreprimível aproximação de um perigo atmosférico golpe vibrado no ar, lâmina de vento no pescoço, raio choque estrondo fulguração rolamos pulverizados caio verticalmente e me transformo em notícia. Carlos Drummond de Andrade ( A Rosa do Povo - 1945)

ODE AOS CRITÉRIOS

Ode aos critérios-ocultos! Ao critério sem-critério,
Ao falso critério!
À vontade daqueles que mandam
E à servidão daqueles que obedecem!
Ao homem-intelectual, homem ideologia,
Homem-hipócrita, que se diz neutro,
Mas é subserviente ao sistema!
Ode ao sistema-medíocre, que exclui e tapa os olhos diante da verdade!
Ode aos critérios-ocultos! Ao critério sem-parâmetro!
Critério de um ponto e meio - para exterminar!
Critério de um ponto só - para fazer acatar!
Critério sem ponto algum - para fazer entrar!
Ode aos critérios-ocultos! Ao critério-amizade!
Ao critério-subjetivo, ao critério-falsidade!
Ode aos favoritismos e à ganância explícita!
Ao "jeitinho brasileiro" de contornar critérios!
Ah! critérios inventados, que não me medem nada,
A não ser a ignorância daqueles que o manipulam!
Ode a você que não está entendendo nada!
Que não reconhece as vozes mostradas
E não demarcadas neste poema.
Vá ler Mário de Andrade! Vá estudar, meu filho!
Ou melhor, não estude não! Vá jogar paciência,
Pois o único critério que não pesa é o critério-competência!
Luciana Neiva

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Os Fascinantes Anos 20

A apresentação do projeto Os Fascinantes Anos Vinte ocorreu no auditório do Instituto Federal de Educação de Floriano, nesta segunda-feira, dia 13 de abril de 2009. A pesquisa sobre o que foi, como e em que contexto ocorreu a Semana de Arte Moderna em 1922 foi o principal alvo deste trabalho, além do desenvolvimento da oralidade, da criatividade, da expressão corporal, do manuseio das novas tecnologias, da própria sociabilidade, entre outros.
Para tanto, o terceiro ano de Informática integrado ao Ensino Médio (turma 4311) foi dividido em cinco grupos.
A primeira equipe ficou encarregada de mostrar o contexto histórico e cultural dos primeiros 20 anos do século XX como, por exemplo, o carnaval, o voto feminino, a imigração italiana e japonesa, a industrialização, as greves, etc.
A segunda equipe teve como meta produzir e apresentar um painel sobre as principais Vanguardas Europeias.
O terceiro grupo encenou a Semana de Arte Moderna que ocorreu de 11 a 18 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo. No palco, foram reproduzidas cenas que retrataram o encontro dos principais mentores do evento artístico e os principais acontecimentos da Semana, como a apresentação do compositor Villa Lobos e do escritor Ronald de Carvalho declamando o poema Os sapos de Manuel Bandeira.
A quarta equipe ficou responsável pela produção de um curta metragem, mudo e em preto e branco baseado no texto À beira mar de Stanislaw Ponte Preta. Não faltaram risos e aplausos diante desta superprodução que encantou a todos.
Para que todas essas atividades pudessem ser apresentadas e interligadas entre si, a quinta equipe ficou responsável pela apresentação de uma revista falada, agregando, assim, todos os trabalhos de forma coerente e muito divertida.
Com isso, os objetivos foram alcançados e todos saímos muito satisfeitos, com a certeza de que é possível adquirir novos conhecimentos e desenvolver inúmeras habilidades através de projetos como esse!!!
Parabéns turma 4311, vocês são D+!!!!!!!
Professora Luciana Neiva

terça-feira, 7 de abril de 2009

PÉROLAS DO ÚLTIMO ENEM - EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO



As frases erradas e os comentários dos professores:

'O sero mano tem uma missão...' (A minha, por exemplo, é ter que ler isso!)

'O Euninho já provocou secas e enchentes calamitosas.. .' (Levei uns minutos para identificar o El Niño...)

'O problema ainda é maior se tratando da camada Diozanio!' (Eu não sabia que a camada tinha esse nome bonito)

'A situação tende a piorar: o madereiros da Amazônia destroem a Mata Atlântica da região.' (E além de tudo, viajam pra caramba, hein?)

Não preserve apenas o meio ambiente e sim todo ele.' (Faz sentido)

'O grande problema do Rio Amazonas é a pesca dos peixes' (Achei que fosse a pesca dos pássaros.)

'É um problema de muita gravidez.' (Com certeza...se seu pai usasse camisinha, não leríamos isso!)

'A AIDS é transmitida pelo mosquito AIDES EGIPSIO.' (Sem comentário)

'Já está muito de difíciu de achar os pandas na Amazônia' (Que pena. Também ursos e elefantes sumiram de lá)

'A natureza brasileira tem 500 anos e já esta quase se acabando' (Foi trazida nas caravelas, certo ?)

'O cerumano no mesmo tempo que constrói, também destroi, pois nos temos que nos unir para realizarmos parcerias juntos.'(Não conte comigo)

'Na verdade, nem todo desmatamento é tão ruim. Por exemplo, o do Aeds Egipte seria um bom beneficácio para o Brasil' (Vamos trocar as fumaças pelas moto-serras)

... menos desmatamentos, mais florestas arborizadas. ' (Concordo! De florestas não arborizadas, basta o Saara!)

'Isso tudo é devido ao raios ultra-violentos que recebemos todo dia.' (Meu Deus... Haja pára-raio!)

'Tudo isso colaborou com a estinção do micro-leão dourado.' (Quem teria sido o fabricante? Compaq ? Apple? IBM?)

'Imaginem a bandeira do Brasil. O azul representa o céu , o verde representa as matas, e o amarelo o ouro. O ouro já foi roubado e as matas estão quase se indo. No dia em que roubarem nosso céu, ficaremos sem bandeira..' (Caraca! Ainda bem que temos aquela faixinha onde está escrito 'Ordem e Progresso'.)

'... são formados pelas bacias esferográficas. ' (Imaginem as bacias da BIC.)

'Eu concordo em gênero e número igual.' (Eu discordo!)

'Precisa-se começar uma reciclagem mental dos humanos, fazer uma verdadeira lavagem celebral em relação ao desmatamento, poluição e depredação de si próprio.' (Putz, que droga é essa?)

'O serigueiro tira borracha das árvores, mas não nunca derrubam as seringas. (Esse deve ter tomado uma na veia)

'Vamos deixar de sermos egoistas e pensarmos um pouco mais em nos mesmos..' (Que maravilha!)

terça-feira, 24 de março de 2009

MINHAS POESIAS

PÁSSAROS DE METAL Aviões brincam no céu de brigadeiro. Passam rasteiros sobre casas. Soltam fumaças, desenham no ar, E eu, a olhar, vejo o que é liberdade; O que é sincronia e perfeição do Criador... Então choro, Comovida com esse espetáculo, Com tanta coragem e esplendor, Consciente da minha pequenez, Triste, porque me deixo limitar pelo medo. De onde vem esse sentimento que me aprisiona? Os aviões continuam voando. Que lindo! Parece que desligaram o motor... estão caindo em parafuso! E tudo é silêncio e suspense. Minhas mãos estão suadas. Ouço as batidas do meu coração, assustado e ansioso E percebo que preciso mudar. Como os pássaros de metal, quero fazer acrobacias no ar E descobrir que viver é mergulhar no céu azul E ser livre... E que mergulhar dentro de mim é descobrir-me E ser feliz... PARODIANDO DRUMMOND Se os seus ombros suportam o mundo Os meus se encurvaram diante da dor. Se o seu coração é maior que o mundo O meu é pequeno para tanto amor. Ah, José! Se você gritasse, se você gemesse Eu, com certeza, faria o mesmo, Pois estou prestes a explodir. Se eu me chamasse Clara Continuaria sendo um enigma Para mim mesma, para os outros E para este vasto mundo que você cantou. E eu que tenho um anjo-torto Também vou refletindo, questionando E me sentindo uma gauche na vida; Mas se eu me chamasse Margarida Seria uma rima e uma solução.
AO MEU PAI ENFERMO Pai, é noite em sua vida E aproxima-se a madrugada Que trará consigo a paz roubada há tantas horas, e ainda a alegria De um novo despertar Em terras muito distantes Onde você será amigo do rei. É noite para mim também. Declinou-se o sol da esperança. Penso em você e no quanto gostaria De vê-lo em plena luz do dia a Caminhar, porém sei que é impossível... Então, em nome de tão grande amor, Faço-me presente em seu leito de agonia Com uma prece a Deus nosso Senhor e à Santa Virgem Maria. Ao meu pai que sempre careceu de poesia para lapidar a pedra bruta e preciosa de sua vida. Luciana Neiva 2005 DOMINGO É DOMINGO. DIA SANTO, DIA CALMO, DIA TRISTE. A RUA ESTÁ DESERTA COMO CORAÇÃO. NAS CASAS... SILÊNCIO! OLHEM A TELEVISÃO! MUSA IMPLACÁVEL DOS LARES SEM DIÁLOGO; DEUSA DA SABEDORIA DOS POBRES MORTAIS; DIVINDADE INEBRIANTE PARA OS QUE JÁ MORRERAM DENTRO DE SI. É DOMINGO. DIA DE VESTIDO NOVO PARA IR À IGREJA E PEDIR A DEUS TODAS AS BÊNÇÃOS PARA OS SEUS. DE PENSAR NA VIDA, NAS CONTAS A PAGAR DE REMOER O PASSADO E SE PREOCUPAR COM O FUTURO. DIA DE TER INSÔNIA SEM SABER O PORQUÊ. É DOMINGO. TANTOS SE PASSARAM EM MINHA VIDA. TODOS TRAZENDO A MESMA SENSAÇÃO DE VAZIO, SAUDADE, TRISTEZA. TODOS DEIXANDO UMA ÚNICA CERTEZA: A MARCA DE UM DIA INCONFUNDÍVEL QUE TRAZ CONSIGO A SOLIDÃO. HOJE É DOMINGO, MEU IRMÃO!

SONETOS DE CRUZ E SOUSA

Cruz e Sousa  foi o  principal nome do Simbolismo brasileiro , nasceu em 24 de novembro de 1861. Filho de escravos alforriados, teve acesso ...